Rogério Ceni: O
M1T0
Por Wellington Hokama
O maior goleiro artilheiro da história
do futebol mundial. Recordista. O “portero”
e o jogador que mais vezes vestiu a camisa do São Paulo Futebol Clube:
1237. Campeão do Mundo pela Seleção Brasileira em 2002 e pelo Tricolor do Morumbi,
em 1993 e 2005. Entre outras “mitagens” ao longo de seus 25 anos de carreira.
Rogério Mücke Ceni nasceu em Pato
Branco-PR, em 22/01/1973. Antes de fazer sucesso no São Paulo, o goleiro
conquistou pelo time do Sinop, o Campeonato Matogrossense de 1990. No mesmo
ano, chegou ao Tricolor do Morumbi e passou a integrar o elenco das categorias
de base do clube. Conquistou a Copa São Paulo de Futebol Junior em 1993, em uma
decisão contra o rival Corinthians.
Dedicado nos treinamentos, Rogério
conquistou a vaga de titular do São Paulo em 1996, quando Zetti foi para o
Santos. Muricy Ramalho foi o técnico que reconheceu o talento de Rogério Ceni e
autorizou o goleiro a cobrar faltas. O primeiro gol foi contra o União São
João, em Araras, pelo Paulistão de 1997. No total, Rogério Ceni anotou 131 gols
na carreira. Ele é o 10º maior artilheiro da história do São Paulo. Isso mesmo!
Um goleiro entre os maiores artilheiros do clube. No total, foram 62 gols de
falta e 69 de pênalti.
Além de marcar gols, Rogério Ceni era um
goleiro de técnica apurada. Os zagueiros recuavam a bola tranquilamente para o
camisa 01, que chegava até a armar alguns contra-ataques ou lançamentos que
eram verdadeiras assistências para os atacantes.
Os anos passavam e confiança em Rogério
Ceni só aumentava. A torcida criou a famosa faixa “Todos têm goleiros, só nós
temos Rogério Ceni”. Seguro na defesa e afiado no ataque, o M1T0 anotou um
golaço na final do Campeonato Paulista de 2000, quando o São Paulo faturou o
título contra o Santos, após empate em 2 a 2.
Rogério Ceni participou de duas edições
da Copa do Mundo: 2002 e 2006. Conquistou o pentacampeonato com a Seleção
Brasileira, quando foi reserva ao lado de Dida, já que Marcos era o titular da
posição com o técnico Luiz Felipe Scolari. Em 2006, Ceni participou de alguns
minutos da vitória brasileira sobre o Japão por 4 a 1.
2005
Rogério Ceni, sem dúvidas, teve um ano
iluminado em 2005. Marcou gols decisivos na conquista do terceiro título do São
Paulo da Copa Libertadores, e do Mundial de Clubes. Sem contar a campanha
impecável e o primeiro lugar no Campeonato Paulista.
18/12/2005 - São Paulo 1 x 0 Liverpool.
Além do gol de Mineiro, a defesa magistral de Rogério Ceni foi essencial para a
conqusta do título mundial. Aos seis minutos do segundo tempo, falta periogosa
para o Liverpool. Na bola, o craque inglês Steven Gerrard. A cobranca, que
parecia perfeita, foi para escanteio em uma defesa espetacular de Rogério Ceni.
(Veja a pintura digital)
Esse lance ficou eternizado na memória
de muitos são-paulinos, uma imagem que é lembrada como se fosse mais um gol do
São Paulo naquela decisão contra os ingleses.
Novas conquistas
O Tricolor do Morumbi continuou soberano
nos anos seguintes. Agora, sob o comando do técnico Muricy Ramalho, vieram as
conquistas do tri-campeonato brasileiro em 2006, 2007 e 2008, este último aliás
foi o mais emocionante. O São Paulo chegou a ficar 11 pontos atrás da equipe do
Grêmio, que liderava o Brasileirão com folga até o início do segundo turno.
Rogério100
Esse lance histórico pode ser comemorado
como uma conquista na carreira de Rogério Ceni.
O centésimo gol da carreira saiu exatamente contra um rival direto do
São Paulo: O Corinthians.
27/03/2011 - Em partida válida pelo Campeonato Paulista,
aos oito minutos do segundo tempo, o atacante Fernandinho foi derrubado por
Ralf na entrada da área. Cenário perfeito para Rogério Ceni se apresentar para
a cobrança. Na batida, bola por cima do segundo homem da barreira e gol
histórico na Arena Barueri. Festa da torcida e explosão de alegria de Rogério
Ceni, que até levou cartão amarelo por tirar a camisa na comemoração.
Adnan (União São João) sofreu o primeiro
gol da carreira de Rogério Ceni e Júlio Cesar (Corinthians) levou o 100º.
Último título e gol da carreira
A conquista da Copa Sul-Americana de
2012 foi o último título de Rogério Ceni. Vitória sobre o Tigre, da Argentina,
por 2 a 0, no jogo que só teve o primeiro tempo. Na despedida do garoto Lucas,
que estava de malas prontas para o Paris Saint Germain, da França, Rogério
ofereceu a taça para o atacante levantar no pódio.
O último gol de Rogério Ceni foi de
pênalti em 26/08/2015 contra o Ceará, pela Copa do Brasil. O tricolor venceu
por 3 a 0, no Castelão.
Impossível numerar a quantidade de jogos
em que Rogério Ceni foi destaque. No entanto, algumas partidas sem dúvidas são
inesquecíveis como São Paulo 2 x 1 Rosário Central (2004 – Jogo emocionante que
foi decidido nos pênaltis, com Rogério defendendo duas cobranças), São Paulo 4
x 0 Tigres (01/06/2005 – Rogério quase marcou um hat-trick, perdeu um pênalti),
Cruzeiro 2 x 2 São Paulo (20/08/2006 - Rogério marcou dois gols, sendo um de
bola rolando, e se tornou o maior goleiro artilheiro do mundo, superando o
paraguaio Chilavert) e Universidad Católica 3 x 4 São Paulo (23/10/2013 –
Rogério fez defesas sensacionais que lembraram a conquista do Mundial de 2005)
Rogério Ceni pendurou as luvas em
11/12/2015. Depois de anos e anos, a escalação do Tricolor do Morumbi não
começa mais com o nome de Rogério Ceni na camisa 01, que foi eternizada como
marca histórica desse jogador diferenciado. De fato, quem viu essa lenda em
campo pode comemorar. Você foi um privilegiado! Não haverá nenhum outro goleiro
igual a Rogério Ceni: Líder, artilheiro, recordista, campeão e M1T0.
E a história continua agora como técnico
Rogério Ceni, que já é considerado ídolo no Fortaleza...